Por Que Pequenos Produtores Causam Grandes Impactos na Piscicultura ?

Conheça a força por trás da nossa comida: histórias de quem faz a aquicultura acontecer no Brasil! Compartilhe esta mensagem e ajude a dar o devido reconhecimento a esses verdadeiros heróis das águas!

Marley Aragão

6/11/20254 min ler

Por Que Pequenos Produtores Causam Grandes Impactos na Piscicultura ?

A piscicultura é um setor em crescimento no Brasil e no mundo, impulsionado tanto por grandes empresas quanto por pequenos produtores. Embora a aquicultura industrial receba grande atenção, dados mostram que os pequenos piscicultores desempenham um papel fundamental na economia, na segurança alimentar e na sustentabilidade.

Os pequenos produtores são a espinha dorsal da aquicultura mundial. De acordo com a FAO (2022), eles representam 90% dos 58,5 milhões de trabalhadores do setor em todo o mundo. No Brasil, o Censo Agropecuário (IBGE, 2017) revela que 85% das propriedades aquícolas têm menos de 20 hectares, demonstrando o predomínio da pequena produção. Além disso, esses produtores são responsáveis por 65% do pescado consumido em países em desenvolvimento (WorldFish, 2021), comprovando seu papel essencial na alimentação global.

Quando o assunto é geração de emprego, os pequenos produtores saem na frente. Dados da Embrapa (2023) mostram que as pisciculturas familiares criam 3,2 empregos diretos por hectare, enquanto as grandes empresas geram apenas 0,8. No Nordeste brasileiro, a diferença é ainda mais marcante: cada R$ 1 milhão investido em piscicultura familiar sustenta 22 famílias, contra apenas 9 na aquicultura industrial (CONAB, 2022). Esses números evidenciam que os pequenos negócios são mais eficientes na distribuição de renda e no fortalecimento das comunidades rurais.

A contribuição dos pequenos piscicultores para a segurança alimentar é inquestionável. Eles são responsáveis por 78% do pescado vendido em mercados municipais brasileiros (MPA, 2020). No Amazonas, por exemplo, 92% do tambaqui consumido localmente vem de pequenos produtores (IDAM, 2023). Além disso, sistemas integrados, como a aquaponia, aumentam a produtividade proteica em 40% em comparação com a monocultura tradicional (UFRA, 2021), mostrando que a inovação também está no campo familiar.

Os pequenos produtores adotam práticas mais sustentáveis que as grandes empresas. Pesquisas da Embrapa (2022) indicam que eles usam 54% menos antibióticos por tonelada de peixe produzida. Além disso, 68% deles complementam a alimentação dos peixes com resíduos agrícolas, reduzindo custos e desperdícios (EPAGRI, 2023). Outro dado relevante é que tanques escavados de pequena escala preservam 30% mais biodiversidade no entorno do que os grandes viveiros industriais (ICMBio, 2020), reforçando seu menor impacto ambiental.

Em tempos de mudanças climáticas, os pequenos produtores se mostram mais adaptáveis. Durante as secas de 2020-2022, propriedades menores se ajustaram 47% mais rápido do que os grandes empreendimentos (ANA, 2023). Na crise hídrica do Paraná (2021), enquanto as granjas industriais mantiveram apenas 52% da produção, os pequenos piscicultores preservaram 81%, graças a técnicas adaptativas (EMATER-PR). Essa capacidade de resistência garante a continuidade do abastecimento mesmo em situações adversas.

Abaixo, apresentamos evidências concretas que reforçam por que os pequenos produtores causam grandes impactos na piscicultura.

Fortalecimento da Economia Local e Geração de Emprego

Os pequenos produtores de piscicultura são importantes agentes de desenvolvimento regional. Eles movimentam a economia local ao adquirir insumos de fornecedores próximos, como ração, equipamentos e serviços de transporte. Além disso, muitas vezes empregam mão de obra da própria comunidade, gerando oportunidades de trabalho e renda.

Em regiões onde a pesca tradicional está em declínio, a piscicultura familiar e de pequena escala surge como uma alternativa sustentável, ajudando a manter as populações rurais em suas terras e reduzindo o êxodo para as cidades.

Promoção da Segurança Alimentar e Nutricional

Peixes são uma fonte importante de proteína animal, vitaminas e minerais essenciais para uma alimentação saudável. Pequenos produtores frequentemente abastecem mercados locais, feiras e programas institucionais (como merenda escolar), garantindo acesso a alimentos frescos e de qualidade para comunidades que podem ter dificuldade em obter proteínas de outras fontes.

Além disso, a diversificação de espécies cultivadas por pequenos piscicultores (como tilápia, tambaqui e pacu) contribui para uma dieta mais variada e sustentável, reduzindo a pressão sobre estoques pesqueiros naturais.

Sustentabilidade Ambiental e Manejo Responsável

Ao contrário da percepção de que apenas grandes empresas investem em práticas sustentáveis, muitos pequenos produtores adotam técnicas de baixo impacto ambiental. Sistemas como tanques-rede, viveiros escavados e integração com agricultura (como a aquaponia) permitem um uso mais eficiente da água e do solo.

Além disso, pequenos produtores geralmente têm maior cuidado com a qualidade da água e o bem-estar dos peixes, evitando o uso excessivo de antibióticos e produtos químicos. Suas práticas muitas vezes seguem princípios de agroecologia, preservando ecossistemas aquáticos e terrestres.

Preservação de Conhecimentos Tradicionais e Inovação

Muitos pequenos piscicultores utilizam técnicas passadas por gerações, combinando saberes tradicionais com inovações modernas. Esse conhecimento empírico é valioso para o desenvolvimento de sistemas adaptados às condições locais, como o manejo de espécies nativas e o aproveitamento de recursos naturais disponíveis.

Além disso, a proximidade com instituições de pesquisa e extensão rural permite que pequenos produtores testem e implementem novas tecnologias de forma mais ágil, contribuindo para a evolução da piscicultura como um todo.

Resiliência e Adaptação a Mudanças Climáticas

Pequenas propriedades tendem a ser mais flexíveis e adaptáveis a crises ambientais e econômicas. Na piscicultura, isso se traduz em sistemas diversificados que podem ser ajustados conforme variações no clima, disponibilidade de água ou mudanças no mercado.

Em regiões afetadas por secas ou enchentes, por exemplo, pequenos produtores podem alternar entre diferentes espécies ou métodos de cultivo, garantindo a continuidade da produção. Essa resiliência é fundamental para a segurança alimentar e a estabilidade econômica em tempos de incerteza.

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